O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, sendo essa uma indústria crucial para a economia do país. No entanto, garantir a qualidade desse produto vai além do processo de cultivo. O controle de qualidade do café é um aspecto fundamental para assegurar que o produto final chegue ao consumidor com os padrões exigidos, respeitando a legislação vigente e atendendo às expectativas de sabor, aroma e segurança alimentar. A seguir, exploramos a importância desse controle, os desafios enfrentados pelo mercado brasileiro, as etapas do processo e os limites máximos de contaminantes como a ocratoxina A.
O café brasileiro é conhecido mundialmente por sua qualidade, e manter esse prestígio exige um rigoroso controle ao longo de toda a cadeia produtiva. A qualidade do café não é medida apenas pelo sabor ou aroma, mas também pela segurança alimentar. O controle de qualidade visa identificar e mitigar a presença de contaminantes, micotoxinas e defeitos que possam comprometer o consumo ou exportação do produto.
Além disso, a demanda por cafés especiais e orgânicos tem crescido, trazendo consigo a necessidade de maior precisão nas análises laboratoriais e critérios mais rigorosos de avaliação. O mercado consumidor, cada vez mais exigente, busca garantias de que o café que chega à xícara segue padrões de excelência, tanto no Brasil quanto nos mercados internacionais.
O setor de café no Brasil enfrenta desafios em diversas frentes, especialmente no que diz respeito à padronização da qualidade. Um dos maiores obstáculos é a variabilidade nas práticas de cultivo, colheita e processamento entre os pequenos e grandes produtores, o que pode impactar diretamente a qualidade do grão.
Outro desafio é o controle de micotoxinas, especialmente a ocratoxina A (OTA), que é um dos contaminantes mais perigosos presentes em alimentos como o café. A presença dessa substância acima dos limites estabelecidos pode inviabilizar a comercialização do café, tanto no mercado interno quanto externo, sendo um fator crítico na exportação para mercados exigentes como a União Europeia.
O controle de qualidade do café envolve diversas etapas, desde a seleção dos grãos até as análises laboratoriais para garantir a ausência de contaminantes. As principais etapas são:
No Brasil, a legislação estabelece um limite máximo de 10 µg/kg para ocratoxina A em grãos de café torrados e moídos, conforme a Resolução RDC nº 7, de 18 de fevereiro de 2011, da ANVISA. Acima desse limite, o produto não pode ser comercializado, o que torna a análise da ocratoxina A uma etapa crítica do controle de qualidade.
O método mais utilizado para a detecção dessa micotoxina é a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC), acoplada a detectores de fluorescência ou espectrometria de massas. Esse método permite a quantificação precisa da ocratoxina A, garantindo que o produto esteja dentro dos padrões de segurança estabelecidos.
O controle de qualidade do café envolve o uso de diversos equipamentos laboratoriais de alta precisão, incluindo:
O controle de qualidade do café no Brasil é regido por normas da ANVISA e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Além da RDC nº 7/2011, que trata da ocratoxina A, há outras regulamentações que estabelecem padrões de qualidade para o café em termos de composição físico-química e de segurança alimentar.
Essas normas são fundamentais para garantir a competitividade do café brasileiro no mercado internacional, onde as exigências quanto à qualidade e à segurança do produto são extremamente rigorosas.
O controle de qualidade do café é um processo complexo e essencial para manter o prestígio do produto brasileiro nos mercados nacional e internacional. A análise de contaminantes como a ocratoxina A, além das avaliações sensoriais e físico-químicas, assegura que o consumidor receba um produto seguro e de alta qualidade. A utilização de tecnologias avançadas e a conformidade com a legislação vigente são os pilares que garantem o sucesso do café brasileiro no mundo.
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