Qual a finalidade da Análise de Água?
Garantir a qualidade da água que consumimos é fundamental para nossa sobrevivência e os instrumentos para análise de água são os responsáveis para que tudo esteja dentro das normas necessárias.
A análise de água é crucial por várias razões, principalmente relacionadas à saúde pública e à preservação ambiental. As principais finalidades incluem:
- Verificação da Qualidade para Consumo Humano: Garantir que a água é segura para beber é uma das razões mais importantes para a análise de água. Isso envolve testar a presença de patógenos, como bactérias e vírus, bem como substâncias químicas nocivas.
- Controle de Poluição: A análise de água ajuda a detectar e monitorar poluentes industriais, agrícolas ou domésticos, garantindo que eles estejam dentro dos limites seguros e não prejudiquem o meio ambiente ou a saúde humana.
- Manutenção de Ecossistemas Aquáticos: Monitorar a qualidade da água é vital para a saúde de rios, lagos e oceanos, protegendo a biodiversidade e os ecossistemas aquáticos.
Para caracterizar uma água são determinados diversos parâmetros, que são indicadores da qualidade da água e se constituem não conformes quando alcançam valores superiores aos estabelecidos para determinado uso. As características físicas, químicas e biológicas da água estão associadas a uma série de processos que ocorrem no corpo hídrico e em sua bacia de drenagem.
A qualidade requerida está bem definida nas concentrações máximas permitidas para determinadas substâncias, conforme especificado nas Resoluções CONAMA 357/05, 396/08 e 430/2011, que dispõem sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e superficiais e estabelecem as condições e padrões de lançamento de efluentes.
Os principais indicadores da qualidade da água são separados sob os aspectos físicos, químicos e biológicos. Nesse artigo falaremos sobre os equipamentos de laboratório e suas funções para a análise da qualidade da água.
O que é a Portaria 888?
A última atualização foi publicada pelo Ministério da Saúde em 07 de Maio de 2021 a Portaria Nº 888 a qual define os padrões de potabilidade de água para consumo humano. Esta legislação substituiu os padrões de Potabilidade definidos no anexo XX da Portaria de Consolidação Nº 05 de 2017.
A Portaria GM/MS Nº 888, de 4 de maio de 2021, estabelece novas regulamentações para o controle e vigilância da qualidade da água destinada ao consumo humano no Brasil. Esta portaria alterou o Anexo XX da Portaria de Consolidação nº 5/GM/MS, de 28 de setembro de 2017. As principais mudanças incluem:
- Materiais e Produtos Químicos: Há exigências específicas para que os materiais e produtos químicos utilizados na produção, armazenamento e distribuição de água, como tubulações e desinfetantes, não alterem a qualidade da água e sejam seguros para a saúde. Eles devem ser comprovadamente atestados por laudos e certificações.
- Sisagua: Os responsáveis pelos sistemas de abastecimento de água (SAA) e soluções alternativas coletivas (SAC) devem registrar no Sisagua (Sistema de Informação da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano) os dados de cadastro e os resultados das análises da água.
- Transparência das Informações: É necessário que os responsáveis por SAA e SAC mantenham registros atualizados sobre a qualidade da água distribuída, incluindo laudos de análises e informações sobre limpezas de reservatórios, disponibilizando-os para consulta pública.
- Parâmetros de Potabilidade: Foram realizadas alterações nos parâmetros para análise da potabilidade da água. Por exemplo, a contagem de bactérias heterotróficas e o monitoramento de vírus entéricos em pontos de captação de água foram retirados das recomendações.
- Responsabilidade Técnica: Estabelece que SAA e SAC devem contar com um técnico habilitado responsável pela operação, com anotação de responsabilidade técnica (ART) expedida pelo conselho de classe correspondente.
- Abastecimento Misto: Determina que as instalações hidráulicas prediais ligadas ao sistema de abastecimento de água não devem ser alimentadas por outras fontes simultaneamente.
Além disso, a portaria estabelece um conjunto de responsabilidades e competências para diferentes entidades e autoridades em relação à vigilância da qualidade da água, incluindo diretrizes para situações de risco à saúde, planejamento de ações de emergência e promoção de ações educativas para a população.
Essas mudanças são fundamentais para garantir a qualidade da água consumida pela população e para promover práticas seguras e eficazes no tratamento e distribuição de água potável.
O que mudou nos padrões de potabilidade da nova Portaria?
A Portaria Nº 888 abrange aproximadamente 130 parâmetros para análise de água os quais estão divididos em tabelas de padrão de potabilidade, separados por substâncias orgânicas, inorgânicas, agrotóxicos e metabólitos, subprodutos desinfecção, compostos organolépticos e padrão bacteriológico.
As mudanças nos padrões de potabilidade da água, conforme estabelecido pela Portaria GM/MS Nº 888, envolvem ajustes em vários parâmetros e práticas de análise. Aqui estão alguns dos pontos mais significativos:
- Contagem de Bactérias Heterotróficas: Anteriormente monitorada, essa contagem foi retirada das recomendações. Era usada para avaliar a integridade do sistema de distribuição de água e tinha um limite recomendado de 500 UFC/ml.
- Vírus Entéricos: A recomendação de monitorar este parâmetro nos pontos de captação de água proveniente de mananciais superficiais também foi retirada.
- Turbidez: Houve uma mudança na frequência de monitoramento da turbidez na saída do tratamento pós-desinfecção de água subterrânea, que passou de duas vezes por semana para uma vez por semana. Também foram incluídos ajustes relacionados ao processo por filtração em membranas.
- Escherichia coli e Esporos de Bactérias Aeróbias: Uma novidade importante é a troca dos ensaios de Giardia e Cryptosporidium por Esporos de Bactérias Aeróbias para mananciais superficiais. Este ensaio é realizado quando se identifica uma média geométrica móvel dos últimos 12 meses de monitoramento maior ou igual a 1.000 Escherichia coli/100mL.
- Residuais de Desinfetante: Continua a obrigatoriedade de manter no mínimo 0,2 mg/L de cloro residual livre ou 2 mg/L de cloro residual combinado, ou de 0,2 mg/L de dióxido de cloro em toda a extensão do sistema de distribuição. A portaria inclui a manutenção de teores mínimos de desinfetante nos pontos de consumo.
- Compostos Isocianuratos Clorados: Se utilizados desinfetantes deste tipo, o padrão a ser monitorado será cloro residual livre.
- Radioatividade: Mudanças também ocorreram na análise de radioatividade, substituindo a análise de Rádio 226 e 228 por uma triagem inicial por meio de Alfa Total e Beta Total.
Estas alterações visam aprimorar o monitoramento e a garantia da qualidade da água para consumo humano, adaptando os métodos de análise e os parâmetros de controle à evolução do conhecimento e das tecnologias na área.
Uma água pode ser considerada potável, cujos resultados das análises apresentem-se com os valores inferiores aos valores máximos dos parâmetros estabelecidos na legislação.
Com a vigência da Portaria GM/MS Nº 888 várias mudanças foram identificadas em relação à legislação antiga.
Lista dos principais equipamentos para utilizados no Laboratório de Análise de Água:
Medidor de Cloro Livre e Total
O cloro presente na água, ao combinar-se com compostos nitrogenados, forma o cloro combinado. A soma das concentrações do cloro livre e do cloro combinado representa o valor do cloro total. O equipamento indicado para a medição do cloro é o medidor de cloro.
Medidor de Oxigênio Dissolvido
Trata-se de um dos parâmetros mais significativos para expressar a qualidade de um ambiente aquático. É sabido que a dissolução de gases na água sofre a influência de distintos fatores ambientais (temperatura, pressão, salinidade). O equipamento responsável por essa medição é o medidor de oxigênio dissolvido.
Medidor de Cor
A cor da água é produzida pela reflexão da luz em partículas minúsculas de dimensões inferior a 1 µm – denominadas coloides – finamente dispersas, de origem orgânica (ácidos húmicos e fúlvicos) ou mineral (resíduos industriais, compostos de ferro e manganês). A determinação da intensidade da cor da água é feita comparando-se a amostra comum padrão de cobalto-platina, sendo o resultado fornecido em unidades de cor, também chamadas uH (unidade Hazen). As águas naturais apresentam, em geral, intensidades de cor variando de 0 a 200 unidades. O equipameto que realiza essa medição é o medidor de cor .
Turbidímetro
A turbidez pode ser definida como uma medida do grau de interferência à passagem da luz através do líquido. A alteração à penetração da luz na água decorre na suspensão, sendo expressa por meio de unidades de turbidez (também denominadas unidades de Jackson ou nefelométricas). A turbidez é medida pelo turbidimetro.
Medidor de Dureza da Água
A dureza indica a concentração de cátions multivalentes em solução na água. Os cátions mais frequentemente associados à dureza são os de cálcio e magnésio (Ca+2,Mg+2) e, em menor escala, ferro (Fe+2), manganês (Mn+2), estrôncio (Sr+2) e alumínio (Al+3). O equipamento que realiza essa medição é o medidor de dureza da água.
Medidor de Ph
Medidor de pH usado para medir a atividade do íon hidrogênio (acidez ou alcalinidade) em solução. Fundamentalmente, um medidor de pH consiste em um voltímetro conectado a um eletrodo responsivo ao pH e um eletrodo de referência (invariável). O eletrodo responsivo ao pH é geralmente de vidro , e a referência é geralmente um eletrodo de cloreto de prata , embora um eletrodo de cloreto mercuroso de mercúrio (calomelano) às vezes seja usado.
O pH desempenha um papel crítico em todos os estágios de processamento na indústria de alimentos. Na indústria de laticínios, por exemplo, o leite cru recebido é primeiro verificado para garantir o frescor. Durante a produção de manteiga, as culturas de bactérias convertem a lactose (açúcar do leite) em ácido láctico, baixando o pH de 6,6 para 4,8. Monitoramento cuidadoso e controle de temperatura são necessários para desacelerar a atividade das bactérias e prevenir o excesso de acidificação.
Medidor de Condutividade /TDS e Salinidade
A condutividade elétrica da água indica a sua capacidade de transmitir a corrente elétrica em função da presença de substâncias dissolvidas, que se dissociam em ânions e cátions. Quanto maior a concentração iônica da solução, maior é a oportunidade para ação eletrolítica e, portanto, maior a capacidade em conduzir corrente elétrica. O equipamento responsável por essa medição é o condutívimetro.
Medidor de ORP
O potencial redox é usado para descrever a capacidade geral de redução ou oxidação de um sistema. O potencial redox é medido em milivolts (mV) em relação a um eletrodo de hidrogênio padrão e é comumente medido usando um eletrodo de platina com um eletrodo de calomelano saturado como referência.O equipamento que realiza medições de potencial redox é chamado de medidor de orp
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Fonte : http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/manualcont_quali_agua_tecnicos_trab_emetas.pdf
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